Dia Mundial da Saúde Digestiva

Seguindo o calendário mundial de ações educativas da World Gastroenteroloy Organization (WGO), o dia 29 de maio, é o Dia Mundial da Saúde Digestiva, e tem o objetivo de alertar para as doenças gastrointestinais mais comuns. O tema deste ano é “Da azia à constipação intestinal – sintomas comuns de doenças gastrointestinais na comunidade: Impacto e Interpretação”.

A campanha é organizada em diversos países com o objetivo de sensibilizar a população e os profissionais de saúde para a importância da interpretação correta dos sintomas, tratamento rápido e adoção de um estilo mais saudável de vida, com alimentação equilibrada.

Para o Dr. Carlos Alberto Barros, coordenador do serviço de endoscopia do Hospital Vila da Serra, Endovila, e membro titular e ex-vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, “em casos de sintomas digestivos é da maior importância fazer uma consulta com o médico gastroenterologista para um diagnóstico e tratamento corretos. Isto por que os sintomas das doenças gastrointestinais podem traduzir pequenos distúrbios, como podem também ocultar doenças mais significativas. Por essa razão, cabe ao especialista avaliá-los adequadamente”.

Entre as doenças gastrointestinais mais comuns, estão as seguintes:

Azia

É o principal sintoma da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE). É uma sensação de queimação que “sobe” da região do estômago para o peito, às vezes chegando até a garganta. O tratamento deve ser feito com mudanças no hábito alimentar, evitando alimentos gordurosos e frituras, condimentos picantes, farináceos e a ingestão de refrigerantes tipo cola. Evitar também as refeições volumosas, o que favorece muito o refluxo e, consequentemente, a azia.

Refluxo

O refluxo é o retorno do ácido gástrico do estômago para o esôfago. Manifesta-se principalmente pela azia e, às vezes, como regurgitação. Ocorre devido a um defeito na válvula que controla a passagem de alimento de um órgão para o outro. Durante a ingestão do alimento, essa válvula se abre para que comida possa passar para o estômago. Caso ela não tenha uma contenção eficiente, o suco gástrico ou o alimento pode retornar para o esôfago, causando azia, queimação ou regurgitação.

Síndrome do Intestino Irritável (SII)

Os distúrbios funcionais intestinais respondem por um grande número de atendimentos médicos. A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é reconhecidamente uma das mais comuns, sendo descrita em todo o mundo, e atingindo homens e mulheres de qualquer faixa etária, sem distinção racial. As queixas principais são representadas por dores ou desconforto abdominal, que são aliviadas com a evacuação, e com a eliminação de gases. Pode ainda vir acompanhada de diarreia e/ou constipação intestinal (prisão de ventre).

Constipação Intestinal

Segundo várias publicações, a constipação intestinal acomete cerca de 20% da população ocidental, sendo mais presente em mulheres, crianças e idosos. Os principais sintomas são evacuações pouco frequentes e difíceis (requerendo esforço); presença de fezes endurecidas e de pequeno volume; ou a sensação de evacuação incompleta. As causas mais comuns são ingestão alimentar inadequada por pouca ingesta de fibras, uso de alimentos industrializados, sedentarismo, perda do reflexo da evacuação e inibição voluntária do ato da defecação, entre outras. O consumo reduzido de verduras, frutas e leguminosas também comprometem o estimulo para evacuação, por redução do bolo fecal.

Dispepsia funcional (má digestão)

Considerada como uma má digestão, geralmente ela manifesta-se por sensação de empanzinamento (estufamento e peso após as refeições), náuseas e eructações (arrotos) frequentes. Pode manifestar-se também por dor no abdômen superior, desconforto e queimação. Após adequada avaliação clínica  realização  de exames comuns de imagem (endoscopia e ultrassom), têm-se o diagnóstico de dispepsia funcional.

“Como podemos ver, as doenças gastrointestinais são várias e pela discrição acima são muito mais comuns do que a gente imagina. Se não tratadas adequadamente, o desconforto é persistente e pode haver doenças mais graves, incluindo a úlcera péptica, a doença do refluxo com alterações do esôfago, inclusive lesões pré-malignas e até o câncer. Por isso, no caso de recorrência ou persistência dos sintomas, as pessoas devem procurar o especialista”, conclui Dr. Carlos Alberto.