As principais causas de aborto - Hospital Vila da Serra

As principais causas de aborto

Data da publicação: 29/06/2011

Cerca de 15% a 25% das gestações evoluem para o abortamento,ou seja, para a interrupção espontânea antes de 22 semanas. A principal causa dessas perdas são alterações cromossômicas dos embriões não compatíveis com a evolução natural da gestação. Essas mudanças podem ser as chamadas aneuploidias, isto é, as alterações no número dos cromossomos em relação ao esperado pela espécie. Dessa forma, podemos ter as trissomias (aumento de um ou mais pares de cromossomos), as triploidias (aumento do número de todos os pares cromossômicos), ou as monossomias (redução de um ou mais pares).

Ao contrário do que se imagina, a ocorrência dessas anomalias é muito comum, afetando cerca de 47% dos embriões gerados em mulheres de 30 anos de idade. No entanto, a maioria não evolui ao ponto de gerar uma gravidez clínica.

Outro quadro clínico relacionado a essas alterações é o “abortamento de repetição”. A situação é assim definida quando ocorre a perda de três gestações consecutivas. Aproximadamente 1% dos casais apresentam esse quadro e as causas podem envolver fatores imunológicos, uterinos, entre outros. Dentro dos fatores causais, as alterações cromossômicas estão relacionadas em até 20% dos casos. Nessas situações, os casais tendem a produzir embriões com alterações cromossômicas numa taixa maior do que a normal para a população geral na mesma faixa etária.

Ainda em relação as alterações genéticas, podemos citar as doenças monogênicas, nas quais o indivíduo apresenta alterações em determinados genes, o que causa doenças específicas. Embora essas modificações sejam compatíveis com a vida, a doença se manifesta em algum período, podendo muitas vezes levar ao óbito precoce ou à uma qualidade de vida muito ruim. Os portadores desses genes “mutantes” podem transmiti-los a seus filhos, que desenvolverão as mesmas manifestações no futuro. Como exemplo de doenças de origem genética, ou seja, causadas pela mutação de genes específicos, temos: a Fibrose Cística, a Síndrome de Marfan, a Doença de Huntington, a Hemofilia A, entre outras.