UTI Neonatal - Hospital Vila da Serra - UTI Neonatal

O desafio da UTI Neonatal

Data da publicação: 18/06/2012

A sobrevida de bebês prematuros de extremo baixo peso (abaixo de 1.000g) vem aumentando significativamente nas últimas décadas. Embora ainda seja um grande desafio para as UTIs Neonatais, o Vila da Serra já trabalha com índices compatíveis com outros centros de referência mundial. A taxa de sobrevivência é de cerca 60 a 70%.

Devido a vulnerabilidade dos recém nascidos e a invasividade necessária para a sobrevida deles, um novo grupo de patologias começou a existir, incluindo a hemorragia intra ventricular, a displasia broncopulmonar, a retinopatia da prematuridade e as lesões do SNC com distúrbios cognitivos. “Apesar da morbidade aumentada, ano após ano vem se observando um aumento de bebês que sobrevivem com padrão de desenvolvimento somático e neurológico muito próximo da normalidade”, informa Dra. Tilza Tavares, neonatologista do HVS

Atualmente, o grande diferencial é o cuidado perinatal com a indicação da interrupção da gestação no momento adequado e em hospitais preparados para abordagem dos bebês. As condições de nascimento e a assistência em sala de parto adequados dão continuidade ao sucesso dos resultados.

Na UTI os pontos relevantes são:

  • Controle térmico;
  • Manipulação mínima;
  • Evitar estímulos auditivos e visuais;
  • Reforçar o estímulo tátil pelos pais;
  • Colostro precoce;
  • Nutrição parenteral precoce;
  • Dieta trófica;
  • Manipulação adequada de linhas venosas;
  • Administração do surfactante nos primeiros 120 minutos de vida;
  • Extubação precoce;
  • Evitar apnéia;
  • Manter equilíbrio hidroeletrolítico e metabólico;
  • Cuidado pele a pele;
  • Analgesia não farmacológica.

São realizados exames em momentos oportunos para o rastreamento de hemorragia intraventricular, persistência do canal arterial, retinopatia da prematuridade e osteopenia da prematuridade. “O tempo de internação é longo, o estresse vivido pelos pais não é mensurável. O prematuro extremo vive altos e baixos, as complicações, mesmo que não desejadas, são esperadas e todo apoio aos familiares é pouco”, lembra Dra. Tilza

Ela acrescenta que esse cuidado especial não termina na alta. É preciso o acompanhamento de um pediatra com conhecimento sobre o neurodesenvolvimento dos prematuros, a indicação de intervenção neurossensorial precoce, além do seguimento com especialistas como oftalmologista, otorrinolaringologista, neurologista, entre outros. “O mais fascinante é que o bebê consegue se superar na maioria das vezes, a vontade de viver ultrapassa as barreiras, a plasticidade cerebral hoje bem sedimentada nos surpreende a cada dia e esses grandes prematuros podem se integrar na nossa sociedade, estudam, trabalham e amam”, exclama.

Autora: Dra. Tilza Tavares, neonatologista do HVS.