Medicina Intensiva

O Uso de Indicadores na Medicina Intensiva

Data da publicação: 23/07/2013

Dr. Hugo Urbano, coordenador médico da UTI adulto do Hospital Vila da Serra compartilhou conosco um artigo que vale a divulgação. Em“Prospectively defined indicators to improve the safety and quality of care for critically ill patients: a report from the Task Force on Safety and Quality of the European Society of Intensive Care Medicine” o ESICM, definiu um grupo de indicadores que pode ser utilizado para melhorar a qualidade da assistência na medicina intensiva. Todos estes indicadores são utilizados pelo Hospital Vila da Serra.

Realizado em cinco fases, o estudo selecionou 9 de 111 potenciais indicadores, consensuando a opinião de 18 especialistas de 9 diferentes países.

Considerados menos sensíveis às diferenças epidemiológicas e culturais das UTIs mundo a fora foram definidos como prioritários os seguintes indicadores:

1. Conformidade com os requisitos nacionais para fornecer cuidados intensivos.
2. Disponibilidade de profissional Intensivista por 24 h. Na insdisponibilidade do intensivista por 24h, deve-se ter médico com experiência suficiente para iniciar reanimação e suporte a vida e ter um intensivista disponível para retornar a unidade quando necessário.
3. Sistema de notificação e análise dos eventos adversos.
4. Presença da equipe multidisciplinar na rotina de corrida de leitos.
5. Padronização do procedimento de alta dos pacientes. Todo paciente deve ter na alta da UTI um relatório padronizado que deve fazer parte do prontuário do paciente e estar disponível para toda a equipe multidisciplinar que irá cuidar do paciente pós-alta da UTI.
6. Análise da mortalidade esperada versus obtida na unidade.
7. Taxa de readmissão precoce (e até 48 h) na UTI .
8. Taxa de infecção da corrente sanguínea relacionada ao cateter venoso central.
9. Taxa de extubação endotraqueal acidental.

Os autores ressaltam ter sido mais fácil o consenso em relação aos indicadores que descrevem a estrutura e os resultados do que aqueles relacionados aos processos.

Segundo pesquisadores, profissionais e políticas de saúde, parece ser inevitável que a eficácia comparativa, em um breve futuro, passe a nortear a alocação dos recursos em saúde. Neste contexto, para garantir a sustentabilidade das organizações prestadoras de serviços de saúde, faz- se necessário utilizar os indicadores como ferramentas direcionadoras das ações de melhorias. Outra alternativa para apoiar a definição dos indicadores em medicina intensiva pode ser a INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 4, DE 24 DE FEVEREIRO DE 2010, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Texto: Renata Macedo
Publicado originalmente em: http://segurancadocuidado.com