O uso de robôs na era da cirurgia minimamente invasiva - Hospital Vila da Serra

O uso de robôs na era da cirurgia minimamente invasiva

Data da publicação: 13/04/2015

O robô foi utilizado pela primeira vez em um procedimento cirúrgico em 1895, quando o PUMA 560 auxiliou uma biópsia no cérebro, guiando a agulha. Três anos depois, o PROBOT, desenvolvido no Imperial College London, foi usado numa operação de próstata. Em 1992, o ROBODOC, da empresa ‘‘Integrated Surgical Systems’’, esculpiu com precisão os encaixes de um fêmur durante uma operação para instalação de prótese de quadril.

o uso de robos na era da cirurgia minimamente invasiva

No seculo XXI, a empresa norte americana Intuitive desenvolveu o Da Vinci Surgical System. Dotado de tecnologia 3D High Definition, ele tem sido implantado em todo o mundo para cirurgias torácicas e abdominais. A partir desses primeiros procedimentos, o desenvolvimento de sistemas de cirurgias robóticas vem evoluído de maneira exponencial. Hoje, a América Latina já conta com 40 programas, sendo que 12 deles estão sendo implementados no Brasil.

O que é uma cirurgia robótica?  

É um tipo de cirurgia minimamente invasiva na qual são usados dispositivos robotizados controlados pelo cirurgião. O médico senta em um console de computador e usa o robô para efetuar movimentos de 360 graus nos instrumentos cirúrgicos, reproduzindo dentro do corpo humano as manobras já estabelecidas nas cirurgias abertas.

A visão tridimensional (3D) do sistema Da Vinci, por exemplo, facilita a dissecção dos tecidos e proporciona uma melhor compreensão dos planos anátomo cirúrgicos. A magnificação atinge de 10 a 15 X a visão normal.

Quase 3.000 robots já estão em funcionamento nos hospitais dos Estados Unidos, realizando cirurgias urológicas nas áreas de câncer de próstata, bexiga e rim. Outras especialidades, como a Ginecologia e Cirurgia Geral, vêm acompanhado esse processo e já foram realizados procedimentos como Histerectomias (retirada de útero) e Gastrectomias (retirada de estômagos), entre outros.

Mito ou realidade?

É fato que o procedimento robótico faz parte dos avanços tecnológicos incrementados em todas as áreas da nossa sociedade. Assim como os iPhones, iPads e outros eletrônicos, o robô veio para ficar. Apesar das despesas serem maiores do que nas cirurgias abertas, dois paradigmas têm incrementado os avanços da cirurgia robótica: a menor permanência hospitalar, o que consequentemente reduz o risco de infecções, e o retorno mais precoce às atividades laboratoriais, impactando na redução de custos nos hospitais, assim como no retorno mais precoce à jornada de trabalho, reduzindo custos na economia capitalista vigente.

Do ponto de vista médico, o robô auxilia nos procedimentos mais complexos de longa duração, melhora a visualização anatômica para dissecção dos planos cirúrgicos e traz benefícios ergonômicos importantes para a saúde dos cirurgiões, além de obter resultados favoráveis na retirada de tumores complexos.

No que diz respeito às finanças, a redução dos custos dos procedimentos se concretizará com o aumento do volume de cirurgias, trazendo um ganho saudável aos pacientes e um custo aceitável para a população.

Portanto, o mito já se tornou realidade e acreditamos que entre os próximos 5 e 10 anos, todos os grandes centros do Brasil estarão realizando cirurgias assistidas por robô.

Dr. José Eduardo Fernandes Távora, coordenador da clínica de urologia do Hospital Vila da Serra

HVS antenado aos avanços tecnológicos

Seguindo os avanços da medicina, o Hospital Vila da Serra disponibilizou o da Vinci Surgical System entre os últimos dias 20 e 24 de outubro, para que toda a equipe médica pudesse esclarecer dúvidas e entender como funciona a cirurgia robótica minimamente invasiva.