A infecção pelo vírus Zika em gestantes e a microcefalia
Como todos sabem, a maneira mais comum de se adquirir o zika vírus é através da picada do mosquito do gênero Aedes, sendo que o Aedes aegypti é o principal vetor humano entre todas as espécies desse inseto. Também é por meio dele que é propagado o vírus da dengue e da febre chikungunya.
Do ponto de vista da ginecologia e obstetrícia, a preocupação maior com o zika vírus vem da possibilidade da transmissão vertical (de mãe para filho através da gravidez), sendo as principais consequências para a saúde do feto contaminado a microcefalia, os riscos de lesões cerebrais e oculares graves.
E agora, o receio quanto à infecção aumentou ainda mais, pois foi confirmada a possibilidade de transmissão através do contato sexual. De acordo com a FEBRASGO – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, esse fator tem trazido muitas dificuldades para os futuros pais que programaram suas gestações para a atualidade, bem como para as clínicas de reprodução assistida.
A presença do zika vírus já foi detectada em urina, no leite materno, na saliva e no sêmen, mas ainda não foi possível confirmar que esses fluídos sejam veículos efetivos na transmissão da doença. Apesar da presença do vírus no leite materno de mulheres com a infecção em nível agudo, a orientação geral é que a amamentação não deve ser suspensa. Já foram relatados casos de transmissão por transfusão de sangue, mas esses, felizmente, são raros ainda.
Até o momento não existem formas de se tornar imune ao vírus de modo permanente, evitando novas infecções. Ressalta-se que a preocupação maior seja devido ao fato de que é a primeira vez que o vírus circula no Brasil, ou seja, a população brasileira está suscetível à infecção e não possui nenhum tipo de imunidade contra ela. Portanto, o que resta é esperarmos que as instituições de saúde se preparem e busquem conhecimento sobre o assunto o quanto antes para poderem atender de forma satisfatórias aos pacientes que necessitem de tratamento para o caso.
Fonte: FEBRASGO – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia