Aleitamento materno: uma atitude que salva e molda vidas
Cleonice Liboreiro Motta Ferrari, coordenadora do Centro de Incentivo ao Aleitamento Materno do HVS (CIAMA)
O leite materno é o único alimento específico para o ser humano. Portanto, ele é a base de alimentação da criança e o único alimento necessário até os 6 meses de vida, devendo ser mantido até os dois anos de idade ou mais, juntamente com outros alimentos saudáveis.
Hoje, vários especialistas demonstram preocupação com a saúde das crianças, uma vez que é crescente o número daquelas que apresentam doenças comuns aos adultos, como a obesidade, a hipertensão e o diabetes. Geralmente, essas doenças são causadas por uma alimentação inadequada, contendo alimentos pouco saudáveis (desenvolvidos pela vida moderna).
Por isso, acredito que o tema é muito oportuno para repensarmos as ações atuais. Dependendo da conduta tomada, determina-se o que é e o que será gerado às novas gerações: benefícios ou malefícios. Os profissionais de saúde podem e devem investir em novas tecnologias, mas não podem esquecer-se das ações simples, baratas e acessíveis, como o aleitamento materno, que tantas vidas salvam, embora seja tão pouco valorizado e divulgado.
Várias doenças podem ser prevenidas através da amamentação. Infecções gastrointestinais, respiratórias, raquitismo, anemia, alergias, diabetes, obesidade, infecções de ouvido, alguns tipos de câncer como os linfomas, atraso no desenvolvimento, diminuição na capacidade de aprendizagem e outros males são apenas alguns exemplos. Não é difícil de perceber a importância de dirigir os olhares dos gestores de saúde, profissionais e toda a população para o incentivo ao aleitamento materno.
Promover, proteger e incentivar o aleitamento materno são deveres de todos. Ser alimentado através do leite de sua mãe é um direito de toda a criança. Além das necessidades nutritivas, pode-se dizer que a sucção ao peito cria um contato físico muito íntimo entre mãe e filho. Ele permite a criação de laços afetivos fortes e profundos que se manifestam durante toda a vida da criança. Além disso, a confiança e a segurança que se desenvolvem nessa relação afetiva contribuem de forma considerável para a formação do papel do cidadão na sociedade.