Causa, sintomas e tratamento da Trombose Venosa Profunda
Dr. Antônio Quintella, membro da equipe de angiologia e cirurgia vascular do Hospital Vila da Serra
A trombose venosa profunda é uma doença frequente. Para se ter uma ideia, surgem a cada ano, 160 casos por 100 milhões de habitantes nos Estados Unidos. Ela é mais comum nos membros inferiores e ocorre quando o sangue coagula dentro de uma veia profunda, obstruindo-a total ou parcialmente. O início é súbito e, geralmente, a pessoa apresenta inchaço nas pernas, acompanhado de dor.
A doença está relacionada com outras condições, como a imobilidade reduzida em pessoas acamadas ou após imobilização, a idade avançada, caso de trombose prévia, histórico familiar, uso de anticoncepcional oral, gravidez, obesidade, cirurgias, traumas graves, câncer e trombofilias, que são condições que predispõem a trombose.
Na fase inicial, além dos sintomas de dor e inchaço, existe o risco do coagulo se desprender e causar embolia pulmonar, um quadro grave com comprometimento pulmonar e cardíaco. Esse risco reduz se o tratamento for iniciado precocemente.
Nas fases tardias, a atenção deve ser voltada para fenômenos locais como o desenvolvimento de inchaço, a formação de varizes e as alterações na pele (escurecimento, endurecimento e até mesmo feridas). Essas alterações ocorrem principalmente quando são acometidas veias de maior calibre.
O diagnóstico é feito através do exame clínico, sendo que o Duplex Scan venoso é o mais solicitado para a confirmação e informações sobre a localização e extensão da doença.
Dependendo da gravidade do quadro e da localização da trombose, o tratamento pode ser realizado ambulatorialmente ou com o paciente internado. O uso de medicamentos anticoagulantes deve ser iniciado a fim de evitar que o coágulo aumente ou que surjam novas tromboses, reduzindo assim, o risco de complicações. Existem vários tipos de anticoagulantes, cada um com características próprias (riscos e benefícios), devendo ser individualizados caso a caso. Na fase inicial, o paciente deve permanecer em repouso relativo. É importante ainda, sempre que possível, a realização de medidas complementares, como o uso de meia elástica para minimizar as alterações da fase tardia.
Em condições selecionadas, para evitar o risco de sequelas locais futuras, podem ser realizados procedimentos intervencionistas com o objetivo de destruir coágulos. Nestes casos, o paciente deve ser internado e não é isento de riscos.
O Hospital Vila da Serra possui uma equipe de angiologia/cirurgia vascular apta a atender estes casos, realizar os exames necessários e tratar pacientes internados e ambulatoriais.