Falando sobre a segurança na saúde
Dr. Márcio de Almeida Salles – Diretor Clínico do HVS
Desde a publicação de estudos nos EUA, no final da década de 90, apontando que quase 100 mil pessoas morriam por ano em função de eventos adversos evitáveis, governos e entidades têm se mobilizado para adotar estratégicas que possam mitigar falhas na assistência à saúde e, consequentemente, melhorar a segurança dos pacientes.
Dentre as várias iniciativas adotadas pelo setor da saúde, a Acreditação foi uma das mais propagadas nos EUA e na Europa e vem crescendo num ritmo exponencial no Brasil. Os grandes hospitais que têm uma preocupação de atender bem e com responsabilidade os seus pacientes, adotaram esse método.
No caso do Hospital Vila da Serra, possuímos duas certificações, uma nacional, a ONA Nível III, e uma internacional, a Accreditation Canada. Sabemos que a obtenção desses certificados é apenas o primeiro passo num longo caminho. O objetivo final é que todos – médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e técnicos, ou seja, todos os colaboradores da assistência, os pacientes e seus familiares – tenham na segurança assistencial um valor incorporado pela instituição acreditada e que esse valor esteja presente em todas as decisões operacionais. Em outras palavras, a meta é criar uma cultura institucional de segurança possível de ser avaliada, mensurada e constantemente reforçada.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma instituição de saúde é considerada “segura” quando promove pelo menos seis metas básicas:
• Identificação correta do paciente;
• Comunicação efetiva entre os profissionais envolvidos;
• Processos de checagem que garantam que as cirurgias sejam feitas no local correto, pelo método correto;
• Extremo cuidado junto a medicações de alto risco;
• Redução do risco de infecções durante a internação;
• Evitar lesões decorrentes de quedas.
Tudo isso parece ser muito simples, mas para colocar em prática, é preciso, antes de tudo, de conhecimento e de vontade das equipes envolvidas, o que se traduz em atitudes colaborativas. Reconhecer a segurança como um valor fundamental e indispensável e aplicar essa ideia de forma voluntária e motivada às praticas que a envolvem é o que se chama de “cultura de segurança”.
Também não podemos deixar de falar nos dificultadores enfrentados pelo setor privado, como o subfinanciamento dos serviços médico-hospitalares, as tabelas de preços pagos sempre defasadas, as glosas das contas, os atrasos de pagamento, a interferência das fontes pagadoras nas decisões médicas visando custos, a judicialização da saúde, entre outros. Seguir os princípios da gestão da qualidade envolve muitos investimentos e os custos desse processo é alto. Treinar e qualificar todos os colaboradores envolvidos na assistência aos nossos pacientes não é uma tarefa fácil, mas acreditamos e apostamos que esse é o melhor caminho a trilhar: oferecer e garantir uma assistência com segurança àqueles que nos procuram.
Diante da importância de discussões sobre estes assuntos, o Hospital Vila da Serra promove seu II Simpósio de Gestão da Qualidade e Segurança. Acesse o site e saiba mais sobre o evento. www.hospitalviladaserra.com.br/simposio2013