I Simpósio Online sobre Vitalidade Fetal Diretrizes assistenciais no feto com restrição de crescimento - Notícias - Hospital Vila da Serra

I Simpósio Online sobre Vitalidade Fetal Diretrizes assistenciais no feto com restrição de crescimento

Data da publicação: 09/07/2020

O Hospital Vila da Serra realiza no próximo dia 18 de julho, às 11h, o I Simpósio Online sobre Vitalidade Fetal voltado para profissionais da área e interessados. De acordo com o diretor da Clínica Fetali, Dr. Francisco Eduardo de Carvalho Lima, especialista em Medicina Fetal, o objetivo é “unificarmos as condutas sobre o acompanhamento e manejo do feto com restrição de crescimento, formando um protocolo institucional, com base nas melhores evidências cientificas”. Nesta entrevista, ele fala um pouco sobre o assunto, lembrando que o evento é gratuito e as inscrições podem ser feitas pelo Sympla. 

 

Dr. Francisco Lima, o que é vitalidade fetal? 

Na gestação, especialmente nas de alto risco, pela ação de vários fatores, pode haver distúrbios no suprimento de oxigênio e nutrientes da placenta para o feto, provocando um quadro chamado de sofrimento fetal crônico, que pode ser grave ou leve. Com o aperfeiçoamento da tecnologia é possível realizar uma vigilância da condição fetal, através de parâmetros avaliados pelo ultrassom e pela frequência cardíaca fetal, e, assim, proporcionar uma análise da maneira mais segura de seguimento do feto e do momento mais apropriado para a realização do parto. 

 

O Simpósio irá debater essa e outras questões relacionadas, como, por exemplo, as principais diretrizes assistenciais no feto com restrição de crescimento. Quais são essas diretrizes? 

A restrição de crescimento fetal possui diversos protocolos de acompanhamento em diferentes países e instituições de saúde, tornando o diagnóstico, seguimento e a conduta muito variável. Então, é preciso unificar essas definições para obter uma rotina mais padronizada e segura de acompanhamento do feto com restrição de crescimento fetal, com base em estudos científicos com o melhor nível de evidência atual, formando um protocolo assistencial do hospital Vila da Serra. 

 

O que o senhor pode destacar sobre definição de restrição do crescimento fetal? 

A definição do verdadeiro feto com restrição de crescimento permanece elusivo, e o seu manejo é um desafio devido a variabilidade da apresentação clínica. A melhor maneira de identificar um feto restrito ainda está para ser determinado. Então, o feto com peso baixo ainda é a melhor alternativa para a prática clínica, e utilizando alguns parâmetros do ultrassom Doppler conseguimos realizar um diagnóstico mais preciso. 

 

Estatisticamente, são muitos os problemas de restrição uterina? O senhor pode citar alguma estatística com respectiva fonte?  

A restrição de crescimento fetal ocorre em mais de 10% das gestações e é a segunda causa de parto prematuro, sendo também uma das causas mais comuns de maus resultados perinatais, incluindo o óbito. Atualmente, representa um dos principais fatores de risco para atraso neurológicos a longo prazo. Há evidência de que nascer com peso baixo tem importantes implicações na qualidade de saúde na vida adulta, como diabetes, hipertensão arterial e dislipidemia. Esses dados foram publicados em um artigo da revista American Journal of Obstetrics and Gynecology, em 2020. 

 

Em que consiste a fisiopatologia da restrição do crescimento fetal precoce e tardio? 

A restrição de crescimento fetal apresenta sob dois padrões clínicos, conforme determinado pela a idade gestacional de início. Consideramos a idade entre 32 – 34 semanas para fazer essa diferenciação. Os casos que aparecem mais prematuros (antes de 32 – 34 semanas) apresentam um padrão de deteriorização fetal progressivo, com uma insuficiência placentária grave, associação com a pré-eclâmpsia materna e tem, na prematuridade, um grande desafio. Nos casos de apresentação tardia, que aparecem após 32-34 semanas, não apresentam um padrão de deterioração da vitalidade fetal, são a maioria dos casos de restrição, têm uma associação baixa com pré-eclâmpsia materna e a insuficiência placentária é leve. 

 

O que o senhor pode salientar sobre os métodos de avaliação da vitalidade fetal? Como utilizá-los? 

A avaliação do bem estar fetal é realizado pelo ultrassom obstétrico com Doppler e a cardiotocografia. É importante a utilização dos dois métodos em conjunto para seguimento do feto com baixo peso. E, dependendo da alteração do parâmetro, o acompanhamento fetal deve ser realizado em intervalos menores, sendo em alguns casos necessário internação da gestante em um ambiente hospitalar. O momento do parto também é decidido pelos achados da vitalidade fetal.  

Programação 

TEMA 1: 

Definição de restrição do crescimento intrauterino 

Palestrante: Dr. Francisco Eduardo de Carvalho Lima 

TEMA 2: 

Fisiopatologia da restrição do crescimento intrauterino: restrição precoce e tardia. 

Palestrante: Dr. Hugo Drumond Ribeiro 

TEMA 3: 

Métodos de avaliação da vitalidade fetal: quando e como utilizar. 

Palestrante: Dra. Marianna Amaral Pedroso 

TEMA 4: 

Proposta de protocolo assistencial para o seguimento de fetos com restrição do crescimento intrauterino – FETALI 

Palestrante: Dr. Fábio Batistuta de Mesquita 

As vagas são limitadas. Inscreva-se:  

https://www.sympla.com.br/i-simposio-sobre-vitalidade-fetal__896214