Precisão no diagnóstico de problemas cardíacos
Mesmo tendo surgido novos métodos diagnósticos como a Tomografia e Ressonância Magnética, o cateterismo cardíaco é ainda hoje o exame mais preciso para se confirmar a presença de obstrução das artérias coronárias ou avaliar o funcionamento das valvas e do próprio miocárdio, o músculo cardíaco.
Utilizado há mais de meio século como método de diagnóstico para adultos e crianças no mundo todo, o exame (também conhecido como cinecoronariografia ou angiografia coronariana) consiste na introdução de um cateter (sonda) através de um acesso vascular (artéria ou veia), que é guiado até o coração por técnica consagrada. As imagens são adquiridas por um equipamento especial de raio x e por meio da injeção de pequenas quantidades de contraste através da sonda. Desta forma, é possível visualizar com nitidez os vasos sanguíneos que irrigam o coração, bem como o funcionamento de todo o músculo, câmaras e valvas cardíacas.
O medo, o estado de insegurança e a angústia que alguns pacientes sentem diante de um pedido de cateterismo cardíaco pode estar mais relacionado ao prognóstico baseado no seu resultado, do que na própria realização do exame. O procedimento é feito em unidade de Hemodinâmica, sala equipada com toda a infraestrutura necessária para a realização segura do procedimento, com o paciente acordado e com anestesia local (na virilha ou no braço, onde será introduzido o cateter). O cateterismo é seguro, indolor e padrão ouro para a definição de diagnóstico e tratamento, sendo indicado para pacientes com suspeita de doença arterial coronária, valvular, do músculo cardíaco, aneurismas, doenças congênitas, arritmias, entre outras.
No caso de doença arterial coronária, o cateterismo cardíaco mostra com precisão a localização, o número e o grau de obstrução dos vasos, o que possibilita a decisão dos médicos sobre a indicação do tratamento mais adequado. Estudos nacionais e internacionais recentes mostram que, mesmo com o avanço diagnóstico, até 30% dos casos que evoluíram para óbito sem causa aparente tiveram diagnóstico após a morte de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).
Ainda no Brasil, o IAM figura como uma das principais causas de óbito, sendo um desafio o seu controle e diagnóstico precoce. Até 40% dos pacientes acometidos por IAM falecem após a primeira hora de evolução do infarto e mais de 50% morrem sem atendimento hospitalar especializado.
O coordenador do Serviço de Hemodinâmica do Hospital Vila da Serra, Dr. João Carlos Belo Lisboa, explica que o cateterismo é também uma alternativa às cirurgias cardíacas em vários casos, com baixíssimo risco para o paciente. De acordo com as estatísticas médicas, os índices de mortalidade são menores que 0,1% para o diagnóstico e menos de 2% para os casos terapêuticos. O coordenador aproveita para lembrar que o Vila da Serra oferece serviço completo para o diagnóstico precoce e para o tratamento adequado de doenças cardiovasculares.