Quadril: Implante de prótese pode devolver a saúde do paciente

Quadril: Implante de prótese pode devolver a saúde do paciente

Data da publicação: 26/07/2018

Vai longe o tempo em que pacientes que apresentavam doenças do quadril tinham que esperar anos e conviver com dor e limitação dos movimentos até o limite máximo, para poderem colocar uma prótese nessa importante área do corpo, responsável pela conexão do tronco com os membros inferiores.  

 

Com pacientes de idades entre 16 e 97 anos, o ortopedista especialista em quadril do Hospital Vila da Serra, membro da diretoria executiva da Sociedade Brasileira de Quadril (SBQ), e ex-presidente da regional Sudeste da entidade em 2007 e 2008, Guydo Marques, afirma que o diagnóstico precoce de várias doenças pode simplificar o tratamento (medicamentos e fisioterapia) e até mesmo preservar a articulação coxofemural do paciente por meio de cirurgias preservadoras, protelando ou mesmo evitando a implantação de uma prótese.  

 

No entanto, quando o comprometimento é grande, a indicação é para o implante de uma prótese. “No passado, a vida útil de uma prótese era bem menor, por isso a indicação era mais para pacientes idosos. Hoje temos implantado próteses em jovens. A evolução das técnicas cirúrgicas e dos materiais usados na fabricação têm garantido que as pessoas possam viver muito bem na juventude e idade adulta, por prazos de até 30 anos, com possibilidades de revisão cirúrgica do implante, depois desse período”, explica o especialista que é também preceptor da Residência Médica no IPSEMG há mais de 30 anos, Mestre em Ciência da Saúde e doutorando pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O Dr. Guydo Marques foi ainda presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Regional Minas Gerais (SBOT Minas) em 2005. 

 

Complicações

Segundo o médico, dores no quadril são sinais que devem ser observados: “Não se trata de valorizar uma dor, já que todas as pessoas sentem algum desconforto. Mas, em se tratando de quadril e várias outras doenças que comprometem a capacidade de andar, pode haver comprometimento não apenas dessa região do corpo, mas de toda a saúde física e mental da pessoa”, ressalta, alertando aqueles que têm casos na família terem atenção especial. 

Assim, o tratamento médico mais indicado caso a caso, visa recuperar não apenas a boa condição de funcionamento do quadril, mas o bem-estar geral do paciente. “Especialmente a prótese trata a saúde total da pessoa porque devolve a qualidade de vida e a capacidade de movimento”, avalia. 

De acordo com Guydo Marques, doenças do quadril também podem causar complicações. Pacientes hipertensos e diabéticos que não andam – por causa de doenças do quadril – não conseguem controlar a pressão arterial e os níveis de glicose.

Da mesma forma, os cardiopatas: “Quando o osso não é solicitado (usado), atrofia. A pessoa tende a ganhar peso e a ter complicações cardiovasculares. Os casos de Osteoporose também aumentam e, consequentemente, as ocorrências de quedas e fraturas”, alerta.  

Completando o quadro, a pessoa que sente dor crônica e experimenta restrição de movimentos também tende a desenvolver depressão, entre outras doenças psicológicas. 

 

Prevenção

O cuidado com o quadril é importante. Evitar atividades de impacto, sobrecarga, fazer atividades físicas com orientação e acompanhamento, manter a postura adequada e a musculatura bem tonificada por alongamentos e, ainda, controlar o peso são algumas das medidas que podem ser adotadas no dia a dia.  

Mulheres, após a menopausa, devem cuidar dessa parte do corpo para evitar Osteoporose e fraturas do fêmur. Para os atletas de qualquer idade, que adoram se superar na academia, o lembrete é claro: Cada indivíduo tem o seu limite, que vai se reduzindo ao longo da vida. Respeitar isso é fundamental para não sofrer lesões, inclusive no quadril”, destaca. 

 

 Exames periódicos

Para quem usa próteses, é importante fazer a revisão periódica do implante, por meio de radiografias e exame clínico periódicos. “Esse exame mostra se há algum problema, que pode ser corrigido em uma cirurgia mais simples. No entanto, há casos de pacientes que se esquecem que têm uma prótese no corpo e quando retornam ao consultório, décadas depois do implante, por outro motivo, apresentam problemas graves no equipamento pela falta de vigilância”, pontua. 

As recomendações médicas para os pós-operados de Artroplastia variam, Segundo Guydo Marques, o bom funcionamento do equipamento depende de alguns cuidados que excluem atividades físicas de impacto nos membros inferiores como pular, correr e jogar bola. “O que impacta o membro também gera impacto para a prótese”, adianta. Em contrapartida, o paciente pode fazer caminhadas à vontade, nadar, dançar, musculação apropriada, vários outros esportes leves de baixo impacto” desde que tome os devidos cuidados. 

“Sempre é bom lembrar que a prótese permite uma qualidade de vida excelente e que as limitações impostas são sempre menores que as da doença pré-existente. A prótese resolve um problema, mas a pessoa deve se lembrar que tem uma articulação artificial no corpo e seguir as recomendações”, conclui.