A importância do diagnóstico precoce do câncer gástrico - Hospital Vila da Serra

A importância do diagnóstico precoce do câncer gástrico

Data da publicação: 18/07/2016

facebook_-_cancer_gastricoO câncer de estômago, também conhecido como câncer gástrico, é o terceiro tumor de maior incidência entre os homens e o quinto entre as mulheres, no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer – INCA -, são diagnosticados mais de 20 mil casos desse câncer por ano no país, alerta o especialista Carlos Alberto Barros, coordenador do Setor de Endoscopia do Hospital Vila da Serra, membro titular e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva.

Segundo informa, entre as causas dessa doença está a bactéria Helicobacter Pylori, ou H. Pylori, considerada a segunda mais frequente infecção no ser humano, só superada pela cárie. Ela está presente na maioria das gastrites crônicas e considerada pela Organização Mundial da Saúde, como uma bactéria cancerígena. Ela causa lesões degenerativas na parede do estômago, isto é, na sua mucosa, levando à gastrite crônica, à úlcera péptica e ao câncer gástrico ou estomacal.  Presente nos alimentos e na água potável, estima-se que a H. pylori habite o estômago de cerca de 70% da população no Brasil. Ela está presente na maioria das pessoas nos países subdesenvolvidos, devido às precárias condições de higiene e de saneamento básico.

Essa bactéria, afirma, é adquirida, geralmente, na infância ou na adolescência e irá causar problemas gástricos após longo período de infecção no estômago, às vezes com poucos sintomas. Trabalhos científicos em todo o mundo, inclusive no Brasil, mostram que o tratamento e a sua bactéria é fundamental na prevenção do câncer gástrico, o chamado adenocarcinoma gástrico, que é o mais frequente (cerca de 95% dos tumores gástricos) e se originam das glândulas gástricas.

Outros tipos são o linfoma, que acomete em cerca de 3% da população, e os tumores mesenquimais, sendo que o chamado GIST – tumores gastrointestinais -, tem sido diagnosticado com mais frequência atualmente, pela melhora da qualidade e a frequência dos exames endoscópicos.

O consumo de alimentos em conserva vem sendo considerado por muitos especialistas como um dos fatores que predispõe o surgimento do câncer de estômago, enquanto o consumo de verduras e frutas frescas são fatores protetores para a mucosa gástrica. As taxas deste tipo câncer caíram consideravelmente, principalmente em países desenvolvidos, como os Estados Unidos e a Inglaterra. O Japão, apesar de ser a terceira maior economia do mundo, é o que registra o maior número de casos da doença em todo o planeta. São aproximadamente 780 casos para cada 100 mil habitantes. A maior taxa de mortalidade em decorrência deste tipo de câncer, no entanto, está na América Latina, principalmente em países como Costa Rica, Chile e Colômbia.

O dr. Carlos Barros informa ainda que, atualmente, o método mais utilizado para o diagnóstico da infecção pelo. H. pylori e do câncer gástrico, é a endoscopia digestiva, com a realização de biópsias gástricas para exame anátomo patológico, e o teste da urease. “Para controle de cura, além destes métodos, temos também o teste respiratório”, acrescenta, chamando a atenção também para a prevenção e redução do câncer gástrico através do tratamento das pessoas infectadas com essa bactéria, da melhoria das condições do saneamento básico, da melhora da alimentação, com a utilização de frutas e verduras “in natura”, da redução do uso do sal e de alimentos conservados.

Incidência – De acordo com o médico Carlos Barros, a incidência do câncer estomacal ou gástrico é maior nos homens acima de 50 anos, mas pode ocorrer em pacientes mais jovens, em parentes de primeiro grau dos portadores de adenocarcinoma gástrico. Nas crianças e jovens, o linfoma é o mais frequente dos tumores gástricos, mas, ainda, assim, são raros. O objetivo da medicina é descobrir as lesões que antecedem o câncer, ou mesmo o câncer gástrico não avançado, restrito à mucosa, o chamado câncer “in situ”, cuja taxa de cura é quase 100%.

Os sintomas e sinais surgem quando o câncer está avançado, como a anemia, dor epigástrica, sintomas de má-digestão, mas estes sintomas inespecíficos, podem aparecer em outras doenças do aparelho digestivo e, por isto, devem ser investigados profundamente, especialmente em pacientes de meia idade.

O tratamento do câncer gástrico, ressalta, varia com o tipo do tumor e a possibilidade cirúrgica do paciente. “Nos adenocarcinomas, a cirurgia é o método de escolha, mas quando não é possível ou para complementar o tratamento, usa-se a quimioterapia. Nos linfomas, especialmente no tipo chamado MALT, o tratamento é medicamentoso, enquanto no GIST e no câncer “In situ”, existe a possibilidade de tratamento endoscópico ou cirúrgico. As técnicas de ressecção endoscópica dos tumores têm avançado muito em todo o mundo, inclusive no Brasil”, conclui.

O serviço de Endoscopia do Hospital Vila da Serra funciona no 2º andar da instituição e atende a pacientes internados e eletivos, por meio de atendimentos particulares ou por convênios. Mais informações (31) 3228-8158.