HVS acompanha os avanços da cirurgia vascular
Os procedimentos cirúrgicos estão cada vez mais seguros e menos invasivos
Na era das intervenções minimamente invasivas, que trazem aos pacientes, entre outros benefícios, um pós-operatório menos traumático, a cirurgia vascular também apresenta mudanças, principalmente devido à incorporação de novas tecnologias.
Apesar de ser recente, a especialidade passou por importantes transformações nos últimos anos, como o tratamento desenvolvido pelo médico argentino Juan Carlos Parodi, um dos pioneiros em cirurgia endovascular no mundo. Sua técnica permite a correção de cerca de 80% dos aneurismas de aorta abdominal através do implante de endoprótese por via endovascular, ou seja, por dentro dos vasos sanguíneos. Os pacientes são tratados por meio de incisões na região inguinal, o que reduz problemas pós-operatórios.
Até recentemente, esse tratamento era realizado por meio de cirurgia aberta ou convencional, com extensa incisão abdominal e toda a morbidade relacionada às cirurgias de grande porte.
As novas técnicas endovasculares também modificaram de forma significativa, o tratamento da doença arterial obstrutiva periférica, que geralmente caracteriza-se pelo acúmulo de placas de gordura nas artérias e ocorre, quase sempre, nos membros inferiores, levando a uma redução do fluxo sanguíneo. Por causa disso, a pessoa pode apresentar dores ao caminhar, principalmente na panturrilha, sendo que o alívio vem com um pequeno descanso. Nas fases iniciais, isso ocorre apenas após grandes esforços, ou seja, quando a pessoa caminha longas distâncias ou sobe uma ladeira, por exemplo. No entanto, com o avançar da doença, o mal-estar surge com mais frequência após a conclusão de percursos cada vez menores. A fase mais grave relaciona-se com presença de dor, mesmo em repouso, ou com o surgimento de feridas, principalmente nos pés. É exatamente nesse momento que existe o maior risco de amputações.
Até poucos anos atrás, as intervenções cirúrgicas, quando indicadas, eram realizadas por meio de operações convencionais. Hoje, na maior parte das vezes, o tratamento pode ser feito através de técnicas endovasculares que, além de serem menos invasivas, proporcionam menor tempo de hospitalização e uma recuperação mais rápida. Geralmente, elas são realizadas com a punção das artérias no nível da virilha, onde realiza-se a revascularização de todo o sistema arterial. Os pacientes sentem benefícios quase que imediatos.
No campo das doenças venosas, a intervenção minimamente invasiva também pode ser um recurso para tratar as tromboses profundas e de grandes proporções. Profissionais utilizam a técnica especialmente com o objetivo de evitar o risco futuro de sequelas locais, já que, nesses casos, o tratamento consiste em destruir os coágulos que se formam nas artérias.
Por fim, a incorporação dessas novas práticas também ajuda as pessoas que sofrem de varizes nos membros inferiores. A cirurgia de varizes a laser apresenta-se extremamente eficaz em muitos casos e traz um pós-operatório mais suave, uma vez que o paciente faz menos repouso e retorna às atividades diárias com mais rapidez.
Antônio Quintella, coordenador da equipe de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital Vila da Serra