Hospital Vila da Serra: Melanoma orientações e avanços no tratamento
O melanoma é um tumor maligno de pele advindo dos melanócitos, células pigmentadas que dão cor a nossa pele. Geralmente, o melanoma caracteriza-se por uma pinta escura que apresenta mudança de aspecto e crescimento. Sua incidência vem aumentando consideravelmente nas últimas décadas, sendo que o percentual cresceu de 1 a cada 1500 indivíduos em 1935 para 1 a cada 55 indivíduos nos dias de hoje.
A discussão desse assunto é muito oportuna, especialmente agora que estamos organizando a 10a Conferência Brasileira sobre Melanoma, que acontecerá em agosto de 2013 em Belo Horizonte. O melanoma é considerado um dos tumores com comportamento biológico mais agressivo, podendo ocorrer disseminação e metástases ainda em fases iniciais e quando pequenos (menores de 1mm de espessura). Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, o melanoma é o 6º tumor mais comum nas mulheres e o 7º nos homens.
Os fatores de risco incluem a exposição demasiada aos raios solares, especialmente quando realizada de forma intermitente e intensa, o não uso de medidas protetoras como chapéus e protetores solares e as queimaduras solares na infância.
Para a identificação do tumor usa-se o acrônimo “ABCDE” para as lesões pigmentadas da pele. “A” significa lesão assimétrica, “B” significa com bordas irregulares, “C” expressa com mais de uma tonalidade de preto ou marrom, “D” significa com diâmetro acima de 6 mm e por último e mais importante, “E” denota evolução. Trata-se de uma lesão que cresceu, sangrou, mudou de cor ou de aspecto ou está diferente das outras “pintas”. Muitos pacientes que apresentam doença não inicial podem beneficiar-se da biópsia do linfonodo sentinela. Trata-se de um procedimento cirúrgico no qual se tenta definir, de maneira precoce, se o tumor espalhou-se ou não para os linfonodos, tecido de defesa pertencente ao sistema linfático.
Perfusão Isolada de Membros (PIM)
Mesmo sendo um tumor de comportamento mais agressivo, nenhum outro câncer teve tamanho avanço no tratamento da doença disseminada como o melanoma, o que torna real a possibilidade de controle clínico da doença.
Nos casos de doença avançada, a técnica de amputação de um dos membros (braços e pernas) que foi comprometido gravemente – de maneira parcial ou não – vem sendo substituída por conceitos mais atuais. Temos tratado esse tipo de paciente com cirurgia conservadora, que na maioria das vezes dispensa a amputação e preserva o membro afetado. Isso reduz os impactos negativos provocados pela doença e melhora as condições de vida do paciente.
Através da Perfusão Isolada de Membros (PIM) conseguimos fazer uma quimioterapia com altíssimas doses e com temperatura mais elevada apenas no membro afetado, protegendo o restante do corpo e os demais órgãos que não tolerariam doses tão altas de quimioterapia. A parte do corpo que está doente tem sua circulação sanguínea temporariamente desconectada do restante do corpo, ficando ligada a uma máquina de circulação extracorpórea (coração mecânico) e a um oxigenador (pulmão artificial).
O Hospital Vila da Serra conta com uma equipe especializada para o tratamento do melanoma em suas diversas formas de apresentação clínica. Caso você note alguma pinta de surgimento recente ou alguma outra que lhe pareça diferente, não hesite em procurar o médico. Em algumas circunstâncias, recomenda-se a visita periódica e anual ao dermatologista.
Autor: Dr. Alberto Wainstein