HVS: Crescimento pessoal e profissional dos fisioterapeutas durante a pandemia - Notícias - Hospital Vila da Serra

HVS: Crescimento pessoal e profissional dos fisioterapeutas durante a pandemia

Data da publicação: 20/10/2020
Depois de alguns meses de angústias da população e dos profissionais de saúde que atuam intensamente nos hospitais, lidando com uma doença nova e ameaçadora como a Covid-19, tudo indica que a situação tem mudado um pouco. A doença torna-se mais conhecida, o que facilita o trabalho nas instituições hospitalares.
De acordo com a fisioterapeuta Clarissa Maria de Pinho Matos, Coordenadora Assistencial da Alveolar/Grupo de Fisioterapia do Hospital Vila da Serra (HVS), “houve uma redução das internações e da gravidade dos pacientes internados. A situação inicial era mais tensa. Não se conhecia a doença e nem como os pacientes iriam evoluir. Agora, os fisioterapeutas, por exemplo, estão mais inteirados com a patologia, sua evolução, e mais preparados para os tratamentos fisioterapêuticos”. O período foi de grande aprendizado pessoal e profissional dentro do ambiente hospitalar e na assistência pós alta, destaca.
Na opinião dela, muitas mudanças aconteceram. Entre elas, maior conhecimento da fisiopatologia e adequada abordagem do tratamento fisioterapêutico tanto na fase aguda como nas sequelas provocadas pela COVID19, bem como da abordagem das técnicas. “Hoje, os pacientes com sintomas leves são mantidos sob tratamento em casa e aqueles com sintomas mais graves são internados. Dependendo da situação, são direcionados à UTI”, informa a fisioterapeuta, que é especialista em Fisioterapia Respiratória e Terapia Intensiva e Mestre em Ciências da Reabilitação. Mas a necessidade de acompanhamento dos pacientes após a alta também se faz necessário pelos comprometimentos adquiridos principalmente com a internação.
Com relação a especialidade, ela observa que a população percebeu a importância desse profissional dentro do ambiente hospitalar e no acompanhamento fisioterapêutico após a alta médica. A função do fisioterapeuta como profissional responsável pela funcionalidade e qualidade de vida dos pacientes críticos, inclusive daqueles contaminados pela Covid-19 foi entendida, mostrando que pacientes internados que não fazem fisioterapia, podem receber alta com maior incapacidade de realizar atividades básicas da vida diária, o que aumenta a chance de reintegração e de apresentarem um quadro de depressão, entre outras situações”.
Com relação ao crescimento pessoal, “acredito que aprendemos que temos capacidade de reinventar e que situações como essa que estamos vivendo precisa de resiliência, calma e muita união”, acrescenta Clarissa de Pinho Matos.
Sobre a flexibilização que se vê em Belo Horizonte e em várias outras cidades do país, ela pontua: “Esse é um assunto complexo, mesmo porque estamos vivendo uma deterioração da economia e da saúde mental também. Acredito que as reaberturas precisam acontecer com muita cautela e cuidados adequados. Se todos seguirem as recomendações feitas, tanto a população quanto os estabelecimentos, a vida vai voltando ao normal com mais segurança. E se acontecer um aumento de casos ou mudança na gravidade da situação, serão necessárias a implantação de novas medidas”.
A prevenção não deve ser alterada, salienta a fisioterapeuta, ou seja, “usar máscara em locais públicos, lavar as mãos adequadamente sempre que possível, álcool em gel quando não tiver como lavar as mãos, fazer a higiene pessoal e dos locais e não aglomerar”.
Segundo ela, “nesse momento o que temos que ressaltar é a importância de uma equipe multidisciplinar em pacientes críticos. A Covid é uma das enfermidades que levam a criticidade e as consequências de uma internação prolongada. O que faz um paciente crítico recuperar é a somatória das intervenções dos diversos profissionais: médicos intensivistas e outras especialidades, equipe de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, fonoaudiólogos. Em relação à Fisioterapia, temos um papel importante na recuperação global desses pacientes, tanto das afecções pulmonares e cardiovasculares como na melhoria muscular, levando a uma capacidade funcional e menor chance de complicações a longo prazo. A síndrome pós terapia intensiva gera uma recuperação prolongada, que pode permanecer por um ano”, explica.
Para Clarissa Matos, as expectativas em relação a vacina são altas. “A imunização vai gerar um conforto e alivio para todos. Entretanto, apenas estudiosos que pesquisam o assunto poderão estimar uma data para a aplicação da vacina no Brasil. Enquanto isso, temos que redobrar a atenção com a prevenção”, conclui