Vila da Serra tem protocolo de segurança para prevenção de suicídio intra-hospitalar - Notícias - Hospital Vila da Serra

Vila da Serra tem protocolo de segurança para prevenção de suicídio intra-hospitalar

Data da publicação: 26/09/2019
Iniciativa inédita em Minas Gerais, o Programa de Prevenção ao Suicídio Intra-Hospitalar do Hospital Vila da Serra integra a lista de protocolos de segurança para seus pacientes, um dos aspectos avaliados pela certificação internacional de excelência em prestação de serviço hospitalar.
Depois de dois anos de implementação e com um processo contínuo de aprimoramento, o serviço de psicologia faz avaliação dos pacientes que, já na admissão, apresentam os fatores predisponentes para suicídio, de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo a OMS, são de risco os pacientes que já fizeram tentativa de autoextermínio, se automutilaram ou apresentaram ideação suicida, pensamentos sobre desejo de suicidar-se, bem como indivíduos com histórico de internação psiquiátrica ou que já
usaram ou estão em uso de medicamentos psiquiátricos. Ocorrência de morte ou tentativa de suicídio de familiar próximo também são fatores considerados críticos.
Psicóloga e coordenadora do Programa, Tânia Maria Lage Polatscheck explica que o trabalho é multiprofissional e envolve os médicos, que informam todo o histórico do paciente e também a enfermagem que, durante os procedimentos de admissão, sinalizam quais são os pacientes que se enquadram nos critérios estabelecidos como de risco.
A avaliação psicológica é, então, solicitada e a enfermagem é responsável pela implementação e acompanhamento das medidas de segurança dos casos avaliados pela psicologia como de risco.
Entre as medidas de segurança previstas estão: transferência para quartos com grades nas janelas e próximos ao posto de enfermagem, orientação à hotelaria para reforço na segurança no uso e no armazenamento dos produtos de limpeza. O Programa também recomenda que esses pacientes tenham sempre dois acompanhantes. Assim, caso um tenha que se afastar, o paciente não ficará sozinho e, na outra ponta, a segurança do Hospital, nas portarias, também é comunicada sobre os casos, para evitar ocorrências de evasão.
A enfermagem é responsável também pela avaliação constante dos pacientes quanto à mudança do quadro. “Mesmo pacientes considerados não elegíveis para as medidas de segurança podem se desestabilizar durante a internação e outros que não estavam dentro dos critérios podem passar a apresentar sinais e precisam ser avaliados pela psicologia e, se necessário, incluídos”, enfatiza a coordenadora.
A família é fundamental para o desenvolvimento do Programa. De acordo com a psicóloga, são os parentes e acompanhantes que complementam as informações sobre o histórico do paciente e avaliam mais de perto se eles permanecem estáveis durante a internação.
No momento da alta, o paciente e os familiares/acompanhantes são orientados, pela psicologia, quanto à continuidade do cuidado, por meio de tratamento psiquiátrico e/ou psicológico ou pela busca de uma avaliação quanto à uma possível internação, principalmente nos casos de pacientes que são internados no CTI devido à tentativa de autoextermínio.
“Numa época de aumento dos casos de suicídio em todo mundo, a OMS tem enfatizado a importância de se encarar a situação como questão de saúde pública. Dessa forma, um hospital de referência na qualidade do cuidado oferecido não poderia deixar de agregar mais esta ação de segurança para seus pacientes”, conclui Tânia Polatscheck.
Vale ressaltar que em 20 anos de funcionamento, não houve nenhum caso de suicídio no Hospital Vila da Serra.