Quando o hospital se torna uma segunda casa - Hospital Vila da Serra

Quando o hospital se torna uma segunda casa

Data da publicação: 04/10/2023

Com um papel fundamental na assistência, pais com filhos internados na UTI recebem suporte em suas rotinas dentro do hospital

“Meu filho Matheus nasceu no dia 13 de março de 2023, desde então ele segue internado na UTI em tratamento de uma cardiopatia.

Faz seis meses que o hospital é a minha casa. Sou de Três Corações, passo a semana toda aqui e no final de semana me hospedo na casa de uma prima que mora em Belo Horizonte. Na casa dela lavo as minhas roupas, coloco de volta na mala e retorno ao hospital.

Ao longo desses seis meses de internação o máximo que eu fiquei fora foram três dias. Eu sei que não tenho obrigação de ficar o tempo todo no hospital, a equipe de médicos e enfermeiros da UTI Ped é totalmente capaz de cuidar da saúde do meu filho, mas meu coração de mãe quer que eu fique aqui ao lado dele. Meu bebê já interage e sente minha presença. Sei que minha companhia faz diferença no tratamento, por isso vou ficar o tempo que for necessário.

O hospital me fornece três refeições diariamente, uma toalha para tomar banho, um espaço exclusivo para guardar meus pertences e acesso a uma copa onde preparo lanches rápidos. Sem este apoio minha rotina seria mais difícil do que já é. Conheço pais com filhos internados em outros hospitais que não podem contar com esta estrutura.

O que eu mais quero é voltar para minha casa, colocar meu filho no quartinho dele, na cama dele. Enquanto isso não acontece, sigo aqui, contando com o acolhimento dos profissionais e dos outros pais que estão na mesma situação que eu.”
Natalia Maria Silva, 27 anos, mãe do Matheus

O relato da Natalia é semelhante ao de outras mães com filhos internados no hospital Vila da Serra, algumas ficam uma semana, outros, mais de um ano. E foi ouvindo os pais e vendo as dificuldades diárias que eles vivenciam em internações de longa permanência que o HVS procura atender algumas necessidades práticas do cotidiano das famílias.

Mudar a perspectiva tradicional de cuidado centrado na doença para uma abordagem cujo núcleo está na criança e na família justifica-se pelos impactos que a internação em uma UTI pode gerar na família, fazendo aflorar sentimentos como medo, ansiedade, angústia, sensação de impotência, entre outros.

A internação em uma UTI Pediátrica deve ser encarada não apenas como um agravo na criança, mas, também, como um possível trauma para a família, portanto, oferecer alívio a esta condição passa ser indispensável à nossa missão de cuidar sem limites.

“A permanência dos pais na UTI pediátrica durante a hospitalização do filho é uma estratégia que possibilita a redução do estresse emocional tanto da criança como da família e contribui significativamente com o tratamento. No Hospital Vila da Serra procuramos inserir as famílias cada vez mais no cuidado.”

Alice Gonçalves Forti – Coordenadora Enfermagem UTI Pediátrica.