Vitamina D da vez
A vitamina D está na moda. Nenhuma consulta médica programada ou de puricultura em crianças e adultos sai sem um pedido de dosagem dessa vitamina.
Vejamos algumas reflexões sobre o tema. A vitamina D, juntamente com outros hormônios da paratireoide calcitonina, regula o metabolismo do cálcio e do fósforo e mantém seus níveis no sangue adequados, contribuindo para a formação óssea e outras funções nervosas, musculares, hematológicas e de coagulação do sangue. Além disso, a Vitamina D contribui com a imunidade e ajuda a prevenir algumas doenças como o diabetes e alguns tipo de câncer.
Existem duas formas de vitamina D ativas: D2 e D3. A D2 é chamada de ergocalciferol e é obtida pela irradiação ultravioleta do ergosterol vegetal. A D3 denominada colecalciferol é produzida pela ação dos raios ultravioletas sobre o 7- deidrocolesterol da pele, em condições normais de exposição solar. Ela também é responsável por 90% da vitamina D no organismo.
São fontes de Vitamina D os óleos de fígado de peixe (bacalhau), ovos, vísceras de animais, peixes, manteiga, dentre outros. O leite humano e de vaca também contém teores de vitamina D, sendo o leite materno o que possibilita maior absorção.
A exposição de 30 minutos por semana ao sol, sem roupas, ou de duas horas por dia, vestido, são suficientes para fornecer as necessidades mínimas de uma criança, considerando as regiões tropicais. A exposição contínua por longo tempo (várias horas) não é útil para a produção da vitamina D, sendo até mesmo prejudicial. Indivíduos com o tom de pele mais escuro, necessitam de maior tempo de exposição solar.
Ambientes poluídos com fumaça, ou que estejam com muita neblina, além do uso de filtro solares e vidros (tais como janelas), impedem a penetração da radiação ultravioleta, o que influencia na síntese da Vitamina D3. Algumas doenças crônicas, como as dos rins e do fígado também levam à deficiência a vitamina D.
Em crianças abaixo de dois anos, deve ser evitada a exposição solar entre as 11hrs e 16hrs, horário em que há maior radiação e maior possibilidade de lesões por irradiação solar.
Em nosso país, localizado numa região do planeta com alto índice de exposição solar, parece inconcebível encontrar pessoas com hipovitaminose D (falta de vitamina no organismo). Porém, infelizmente, os hábitos modernos de vida estão sendo responsáveis pelo aumento dessa doença no Brasil. Enquanto isso, a indústria vê seu campo de ação e lucros aumentados com a venda de medicamentos e produtos alimentares enriquecidos com vitamina D, que somente possuem a aparência de saudáveis.
É preciso que os pais retirem seus filhos das “cavernas” de seus quartos fechados, que não permitem a entrada da luz solar. É preciso que eduquem seus filhos a deixar os vícios eletrônicos (celulares, videogames, IPad, IPod, computadores) e a dedicar pelo menos duas horas por semana a brincadeiras ao ar livre, como caminhadas (incluindo ida a escola), passeios em parques, etc. Além disso, é necessário incentivar a alimentação saudável, fazendo com que as crianças deixem de lado as carrocinhas de pipoca e passem a apreciar as barracas de frutas, que são mais bonitas, saudáveis e baratas. Mudanças de hábitos possibilitam a exposição ao sol e garantem, de graça, a absorção da vitamina D, que é tão importante ao nosso organismo.